Violência

25% dos assassinatos de 2015 ocorreram na região oeste de Santa Maria

Naiôn Curcino

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Pelo quarto ano seguido, Santa Maria teve acréscimo no número de assassinatos na cidade. Desde 2012 as estatísticas deste tipo de crime não param de crescer. Em 2014, foram exatamente 10% a mais do que no ano anterior. E, em 2015, 12%. Também no ano passado, pela segunda vez consecutiva, a região oeste da cidade foi a mais violenta: foram 15 homicídios no local. O último do ano, que vitimou Rosecler Cassol da Rosa, executada com cinco tiros, ocorreu no bairro Tancredo Neves. Os outros três anteriores também ocorreram nas proximidades.  As segundas colocadas foram as regiões norte e central, com nove cada uma.

Para autoridades da segurança pública e especialistas em segurança os problemas que impulsionam a criminalidade seguem os mesmos: sistemas policial, jurídico e carcerário falhos e falta de políticas públicas para quem mora em regiões, como a Nova Santa Marta.

– A realidade da Santa Marta é muito semelhante à encontrada em cidades grandes e regiões metropolitanas. Restinga, na Capital, Guajuvira e Matias Velho, em Canoas, são todos bairros violentos, que nasceram de ocupações e não foram contemplados por presença mais direta do poder público. Ocorre que outros centros de poder, que não o Estado, é que acabam imperando nesses locais – compara o coordenador do Núcleo de Segurança Cidadã da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), Eduardo Pazinato.

– Nessas zonas em que há maior violência, é onde falta tudo. Onde tu não és respeitado, tu não respeitas. Na medida em que tu não tens direitos, tu também acreditas não ter deveres. Assegurar os deveres e não garantir os direitos é uma gravidade. É uma terra onde não tem lei. A única lei que vale é a do mais forte – explica o ex-promotor de Justiça, ex-juiz de Direito e consultor da Unicef na América Latina, João Batista Costa Saraiva.

Tráfico de drogas

O envolvimento com as drogas, seja dívida, disputa por pontos de tráfico ou até mesmo outros crimes para conseguir consumir ainda são responsáveis pela maioria dos homicídios não só em Santa Maria, mas em grande parte dos municípios gaúchos.
Mas esse não é o único problema. As vinganças, principalmente envolvendo pessoas que têm passagem pelo sistema penitenciário (tanto vítimas como autores) vêm logo em seguida. Além disso, neste ano, os crimes passionais também estiveram em evidência na cidade.

Foram seis assassinatos em que familiares estiveram envolvidos. Três homens foram mortos, e os suspeitos dos crimes são seus irmãos. Além disso, dois genros são suspeitos de matarem seus sogros, um filho é suspeito de ter matado a mãe e uma jovem é suspeita de matar a ex-namorada.

Oito de cada 10 homicídios são resolvidos

O índice de resolução dos assassinatos em Santa Maria é de 87,5%. Em 2015, a cidade registrou 56 homicídios, e 44 suspeitos foram identificados e indiciados pelo crime. Outros cinco foram identificados, mas a investigação ainda está em andamento. Sete investigações ainda não chegaram aos responsáveis pelos crimes. O número é considerado muito satisfatório tanto por especialistas quanto pelo delegado regional, Sandro Meinerz. Ele acredita que, mesmo com a criação da Delegacia Especializada em Homicídios, será difícil aumentar esse índice:

– O nosso primeiro objetivo é baixar o número de homicídios consumados e tentados. Estam"

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